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quarta-feira, outubro 25, 2006

Alckmin e Opus Dei?

Hoje, quando chegava para aula na faculdade, me entregaram um panfleto. Sabe aqueles panfletos que a gente sempre recebe, mas nunca lê? Pois bem, esse eu li. Li e ri. Vou explicar porquê. O panfleto intitulava-se “Manifesto do PCR ao Povo Brasileiro” e, naturalmente, tratava das eleições para presidente no próximo dia 29. Em um parágrafo, fazia uma crítica ao nosso atual presidente, dizendo que o mesmo se curvou às pressões da grande burguesia nacional, manteve a política econômica dos banqueiros e “frustrou a classe operária brasileira que votou em Lula para promover profundas mudanças e não para realizar mais um governo em favor das classes ricas”. Também havia menção aos escândalos de corrupção envolvendo membros do PT e do governo. Contudo, no parágrafo seguinte, o PCR torna claro o seu apoio ao Lula, por se tratar de um democrata, por ter sido líder operário, por ter defendido os trabalhadores, enfim, por tudo aquilo que já ouvimos tantas vezes a favor dele. Logo que começa a falar do Alckmin, o texto enfatiza a questão das empresas estatais privatizadas durante o seu governo: A CSN, a Telebrás, a CST, a Embratel e outras mais. Até aí tudo bem, pois disso eu já tinha ouvido falar. O que me causou certa surpresa foi a afirmação de que o candidato teria o apoio de George W. Bush (que no texto é apresentado como ditador dos EUA em lugar de presidente). Disso eu não fazia idéia. Bem, seguindo a leitura das linhas seguintes, logo me deparei com algo que me fez realmente rir. O manifesto dizia que Geraldo Alckmin é adorador da Opus Dei, que seria uma organização fascista-religiosa que advoga a existência de uma raça superior. No momento em que li isso, comecei a rir por não dar crédito a tal informação. A primeira coisa que me ocorreu foi a que ponto um partido político pode chegar para desacreditar um candidato da oposição. Quem já leu “O Códico da Vinci” certamente sabe do que trata a Opus Dei: uma prelazia pessoal da Igreja Católica conhecida por encorajar práticas polêmicas de mortificação. Pois bem, logo que cheguei em casa e ainda sem acreditar no que tinha lido, resolvi fazer uma pesquisa sobre esse assunto em um desses conhecidos sites de busca e, pasmem, realmente encontrei textos que tratavam deste suposto envolvimento do candidato tucano com a Opus Dei. Pelo que li, a polêmica veio à tona após reportagem publicada na Revista Época em janeiro deste ano. Evidentemente, Alckmin negou tudo. Agora, cá pra nós. Qual a valia dessa informação? Por que devo acreditar que a relação de G. Alckmin com a Opus Dei (por mais heterodoxa que seja) poderia comprometer sua atuação como presidente da República? Além disso, quem me garante a veracidade da insinuação?
Independente de ser verdade ou mentira, continuo me questionando até onde se pode chegar nessas disputas políticas. Em muitos debates, os candidatos, em vez de se deter às suas propostas, preferem encurralar os seus adversários através de perguntas muito bem arquitetadas e com o único intuito de desacreditá-los perante seus eleitores. Acho isso um absurdo. No lugar de comprometer a credibilidade do outro, todo candidato deveria se preocupar em fortalecer a sua. Infelizmente, nestas eleições, nenhum dos dois “concorrentes” ao pleito passou-me credibilidade suficiente para convencer-me a dar meu voto. Sexta-feira, haverá o último debate e, provavelmente, o brasileiro verá mais uma vez o circo armado. Insinuações de um lado, alfinetadas do outro, palavras difíceis seguidas de estatísticas percentuais sobre a situação atual do país. Resta saber quem será mais convincente desta vez.
By Eden Duarte
Em 25/10/06

Sugestão: Para saber mais sobre Alckmin e a Opus Dei, leia os dois artigos abaixo, apresentados sob óticas diferentes, e tente tirar suas próprias conclusões.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=24789

http://www.midiaindependente.org/eo/green/2006/10/361539.shtml

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