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quinta-feira, outubro 18, 2007

Tropa de Elite

Nas últimas semanas, tenho notado a repercussão nacional de Tropa de Elite. O filme permitiu retomar uma série de questionamentos que, parece, andavam meio adormecidos ou esquecidos em algum lugar. Tamanho tem sido seu impacto que até a crítica mais feroz tem dado o braço a torcer. Para muitos se trata apenas de um filme empolgante que virou moda nos bate-papos com amigos. Sim, o filme é empolgante, mas me pergunto se deveria ser realmente tão excitante ver o retrato da nossa realidade estampado na tela do cinema. Realidade fantasiada de ficção para entreter. Naturalmente, não critico o filme em si e sim a onipresente alienação de nós brasileiros que ainda nos permite ter alguma diversão às custas da violência. Fico pensando se o filme realmente causou algum impacto aos mais de 11 milhões de brasileiros que já o viram. Será que a indignação do povo brasileiro se resume a torcer para que os policiais saquem seus sacos plásticos? Parece haver uma passividade generalizada maior do que a inconformidade que deveria anteceder a alguma manifestação ou, talvez, a população tenha perdido a fé de que se pode mudar alguma coisa nesse país. Com casos como o de Renan Calheiros, há de se sentir realmente impotente frente a todo este estado de coisas. Mas então o que fazer? Apenas sentar numa sala escura comendo pipoca enquanto marginais são torturados por meios de uma justiça injusta? Estou certo de que esta não é a solução.
No mais, vejo a incrivel ironia que cerca o filme e toda essa sua enorme repercussão. Tropa de Elite mostra que muitos dos que fazem passeatas pela paz, também compactuam com os bandidos nas favelas, através do consumo ‘inocente’ de drogas. Com uma ironia surreal, este veículo de denúncia tem sido largamente adquirido por meio da pirataria. Ou seja, ainda que prestigiando o filme e se conscientizando da realidade de nosso país, como o caso dos ‘playboysinhos’ que ajudam a sustentar o tráfico, muitos brasileiros tem colaborado para o crime organizado. Afinal, “Pirataria é crime organizado, tanto quanto o tráfico de drogas. Na melhor das hipóteses, já começa por envolver corrupção e conspiração criminosa (Veja, 17 de outubro de 2007).”
Pelo que vejo, a alienação do brasileiro não tem limites. Se por um lado, critica o crime organizado e a violência, por outro, colabora com seus 5 reais para a manutenção do comércio ilícito. Acho que a melhor lição que podemos tirar do filme, por fim, é que nossos atos podem fazer a diferença para uma sociedade mais justa e menos corrupta, mas para isso temos que dar nossos primeiros passos. Assistir a Tropa de Elite no cinema e não em dvd’s piratas parece ser um bom começo.

1 Comentários:

Blogger Futeboleando disse...

haha
Muito bom Eden!
Vi o filme em sala de aula, para um trabalho de sociologia....e o dvd? Pirata, claro.

Engraçado dentro da sala de aula, vendo o filme, no momento exato em que o policial Matias responde as ofensas dos alunos aos policias, fazendo-os parar de argumentar, e toda a minha turma aplaude essa cena do filme.
Como se estivessem ralmente ao menos tentando levar tudo aquilo que era dito a sério. Em seguida, saem da sala, antes que termine o filme, pra dançar um forró....hehe
Diante da dura realidade, é isso o que a maioria faz, dança, apenas dança conforme a musica.
Valeu!

26/10/07 8:05 PM  

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