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sábado, outubro 27, 2007

Um de Meus Contos..


No momento, escrevo estas palavras sem ao menos saber porque as escrevo. Resquícios de um fato gravados nesta lauda e confissões de quem não sabe o que o aguarda. Aos poucos, a tinta da caneta confunde-se com o sangue em minhas mãos. Sangue imaculado de uma virgem já desvirginada. Sangue que marca o fim de sua breve temporada. Nesta noite, a luz da beleza esteve diante de mim, ofuscando-me, incomodando-me. Porém, tal beleza mostrou-se tão frágil que, pela primeira vez, a fera foi capaz de se sobrepor à bela.
O começo não foi difícil. Aquela beleza feminina e tão singular mostrou-se fácil, vulgar. Em troca de meros trocados, cedeu-me seus encantos e predicados e, sem nenhuma timidez, revelou-me sua nudez. Mesmo na penumbra, seu brilho era intenso e sua silhueta exibia contornos nítidos elaborados aos moldes da perfeição, como toda mulher deveria ser. Misto de raiva e prazer tomavam conta do meu ser. Raiva da beleza que jamais iria ter. Prazer pelo que estava prestes a fazer. Em instantes, tomei posse daquele corpo, toquei-o, profanei-o, causando-lhe excitação e devaneio. Duas Vênus, uma só Afrodite.
Enquanto nossos corpos mantinham-se em ressonância, senti odores mesclados de suor e doce fragrância. Sua boca aberta, seus olhos cerrados e sua respiração denunciavam sua frágil condição. Tocando-lhe o ventre, sentia seus espasmos involuntários e seus arrepios de prazer. Meu sexo em contato com o seu, refletindo-o como numa imagem especular. Lentamente, meu toque passou a seguir as curvas do seu corpo. Aqueles seios fartos, rígidos, excitados. Aquele pescoço perfumado. Minhas mãos deslizando num compasso constante, ritmo determinado sobre a presa dominada. Então, como num clímax musical, meu toque suave tornou-se mortal. Minhas unhas viraram garras e cravaram-se em seu pescoço. Surpreendida pelo inesperado, passou a se debater, a tentar me empurrar, mas sua luta vã e seus gemidos de dor só me faziam revidar. Não podia gritar, não tinha como escapar. Em minutos, que pareciam não querer passar, deu seu ultimo suspiro, seu ultimo olhar. Sua ultima gota de vida, fora por mim sorvida. A excitação que isso me causava era indescritível, quase orgástica. O estranho é que mesmo morta, a beleza teimava em fazer-lhe companhia. O suor escorrendo pelo pescoço e seios e o cabelo púrpuro cobrindo-lhe o olhar vazio, era uma cena magnífica. Por alguns instantes, permaneci sobre ela, deitada, sentindo o calor ainda emanando do seu corpo.
O que se seguiu depois disso, não lembro bem. De algum modo, deixei-a no seu leito de morte e, seguido apenas pelo senso de orientação ou instinto, retornei ao meu refúgio.
Agora, escrevendo essas últimas palavras, tomando um bom vinho e ao som de Peaches and Herb, me pergunto se o que se passou nessa noite vai continuar. Se poderei findar com outras vidas que tiveram o que não tive e desta maneira me reencontrar. No momento, a única coisa que sei é o destino dessa carta. O fogo a aguarda para que jamais possa ser lida por ninguém e para que ninguém jamais saiba o que aconteceu nessa noite...
Sem mais...
.....
Em 16/06/86

7 Comentários:

Blogger Mary Milani disse...

Aii..
q texto mais malefico :D
asuhhsauhuas

*Criativo

27/10/07 4:56 PM  
Anonymous Anônimo disse...

ja disse que quando eu crescer quero escrever que nem você??
poseih, digo isso agora.

quando eu crescer quero escrever que nem o Eden escreve.
caramba, vc eh simplesmente... [sem definição].

bjs.

27/10/07 7:54 PM  
Blogger Futeboleando disse...

Nossa Eden, muito bacana!
Hoje vi o filme Perfume, a História de um Assassino...você já viu?...Me lembrei bastante ao ler o seu texto. Se não viu ainda veja, é no mínimo interessante.

As vezes fico pensando se eu conseguiria fazer isso que você fez nesse texto, tipo, criar um personagem e um episódio em que esse comete atrocidades ou coisas que por exemplo, você, autor, não as faria... Algo que vá totalmente contra os seus princípios, me entende? Ácredito que seja o caso aqui, não é? rs...
Porque se não for...fique sabendo que eu li!
Sei de tudo o que você anda aprontando por ai! ahehae

Mas estou falando exatamente disso.... dessa capacidade de definir de fato, o que ha de fictício e o que ha de real em uma história que se escreve. Ha algum tempo comecei escrever um roteiro, para um longa, sabe Deus se e quando sairá do papel para a telona! aheuhae E acredito que ainda leva um booom tempo para que eu consiga fazer isso que você fez, o que me parece, não ter sido tão difícil.

Beijão pra tu!!!
Me informa sempre que atualizar!
Escreves realmente muito bem!
Falou! ; )

28/10/07 7:09 PM  
Anonymous Anônimo disse...

meu deus...
bem psicopata...

adoreeeeeeeeeei...
kandu sai u proximo capitulo???

to curiosa pra saber o enredo da estoria!

bjos!

1/11/07 6:41 AM  
Anonymous Anônimo disse...

nossa, foi vc q escreveu...simplesmente amei!! C cuida, Bjoks!

1/11/07 7:18 PM  
Anonymous Anônimo disse...

Tu escreve magnificamente bem o_o
Eu adoro contos <3

2/11/07 4:32 AM  
Blogger Marcelo disse...

Muito massa o conto, tô favoritando no meu blog, abraço fera!

2/11/07 8:37 AM  

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