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sábado, dezembro 29, 2007

Ciclos

Agora há pouco, terminei de ler o último livro de Harry Potter. Ainda estou sentindo um misto de contentamento e tristeza por findar mais um ciclo. Sei que para muitos H. P. deve ser uma bobagem, mas para mim tem um sentido especial. Talvez por envolver um mundo mágico e místico que sempre me fascinou, mas, certamente, por ter me acompanhado ao longo destes últimos anos. E muita coisa me ocorreu neste período. Harry me foi apresentado por uma ex-namorada, por quem tenho ainda muito afeto. Muitas vezes, me pego triste ao pensar que nossas vidas seguiram caminhos tão diferentes de tudo que havíamos traçado juntos. Contudo, também sei que muitas coisas somente aconteceram por conta de nossa separação. Todas as pessoas que conheci, aquelas com as quais me envolvi, enfim, tudo que vivi. Mesmo que ainda fique triste ‘remoendo’ o passado, tenho consciência de que se as coisas seguiram o rumo que seguiram, é porque era assim que deveria ser. Procuro ser otimista ao pensar que o destino se encarrega de nos conduzir pelo melhor caminho, mesmo que tal caminho nos pareça tortuoso por inúmeras vezes. Com o Harry, encerro mais um ciclo da minha vida e passo a esperar o início de outros que ainda estão por vir. Só espero que antes de encerrar o ciclo maior pelo qual todos passamos, ainda possa terminar muitos outros ciclos menores e de modo tão feliz e realizado quanto este. Ah e outro ano, outro ciclo, já está quase aí...:_)

quarta-feira, dezembro 19, 2007

Outro Conto...

Pouco mais de 30min. Este era o tempo em que estava ali. E nesse pouco tempo dezenas de olhares já haviam cruzado com o meu. Contudo, hoje eu não queria apenas alimento. Queria algo mais. Hoje o ritual deveria ser completo. E para isso, precisava de alguém especial...

Inicialmente, não foi sua aparência q despertou minha atenção. Foi seu odor. O cheiro do seu perfume. Poucas pessoas entendem que a qualidade de um perfume depende não apenas da composição da fragrância, de suas notas e do clima. Depende também da pele de quem o usa. O cheiro varia de uma pele para outra. E, normalmente, o odor do perfume evolui com o passar das horas. Logo q o senti, procurei por descobrir de onde vinha aquele odor. Saí caminhando em sua direção, cruzando as inúmeras pessoas da boate e sem me dar conta de tantos outros olhares voltados para mim. Repentinamente, parei. O odor agora era mais intenso. Já podia perceber q a presa estava logo ali, há poucos metros de mim. Foi então, q me surpreendi. Era uma mulher...

Voltei ao bar. Pedi um Martini rosè. Enquanto bebia fiquei pensando no q fazer. Ate aquele momento, jamais me houvera ocorrido a possibilidade de me sentir atraída por outra mulher. Não se tratava mais apenas do perfume. Seu rosto delicado, seus cabelos dourados, seus gestos suaves, parecia q se movia em câmera lenta...Meus sentidos revelavam sua posição. Embora, não estivesse a vista, sabia q continuava no mesmo lugar a conversar com alguém...

A essa altura, já não me importava mais o fato de ser outra mulher a me atrair. Agora, o q me preocupava era se conseguiria seduzi-la. Dentre minhas capacidades recém adquiridas, a capacidade de sedução era a q mais me fascinava. Enquanto ainda vivia como uma simples mortal, era rejeitada por todos. Apenas dois namorados tive. Nunca fui desejada. Somente após meu renascimento e com o despertar de meus novos dons tudo mudou. Provavelmente, foram os feromônios que se intensificaram em mim. A questão era saber se minha capacidade de sedução também se estenderia a presas do mesmo sexo...

Reaproximei-me da presa. Mantive-me a poucos metros a procura de um contato visual. Pouco tempo depois, ela me notou. Em um primeiro momento, foi algo casual, mas logo percebi q não mais parava de olhar para mim. Pareceu-me constrangida, provavelmente sem entender pq não conseguia mais desviar sua atenção de mim. Saí novamente em sua direção. Seus batimentos aceleraram, começou a suar e a tentar desviar seu olhar. Propositadamente, passei ao seu lado e segui na direção do toilete. Não precisei esperar muito. Veio ate o banheiro, parou diante de mim e timidamente me entregou um pequeno papel. Logo depois, saiu sem dizer uma palavra...

Encontrei-a no lugar marcado. Estacionamento ala leste. Ela estava em um carro branco, quatro portas, vidros fumê. Não estava sentada no banco do motorista e sim no banco de passageiros a me esperar. A porta estava entreaberta. Entrei no carro e fechei-a com trave. Todo aquele clima me excitava. O cheiro do perfume mesclado ao seu suor. Seu nervosismo e timidez. O pulso acelerado. Aproximei-me, toquei levemente seu pescoço e a senti arrepiando-se. Estava com os olhos fechados, a boca aberta...

Beijei seus lábios...nunca houvera experimentado algo assim com homem algum...estava completamente tomada pelo desejo. Não se tratava ainda da fome, mas de excitação...nos despimos uma a outra...tocava seus seios enquanto sua mão deslizava entre minhas coxas...a beijava ardentemente...seios contra seios...arrepios involuntários...suor e saliva misturavam-se enquanto a beijava por completo...

Passei a beijar seus outros lábios...e a sentir seu corpo tremendo de excitação...seus gemidos incontidos...por fim, a fiz gozar e o grande momento se apresentou...era hora de concluir o ritual. Todos elementos se faziam presentes: sua respiração ofegante era o vento...seu suor a água...seu calor o fogo e seu corpo a própria terra para onde retornaria um dia. A hora havia chegado...

Em um movimento rápido mordi seu pescoço...ela ainda estava sem ação, não teve como reagir e, aliás, acho que nem quis. Comecei a sugar aquele tecido vivo, que antes circulava pelo seu corpo levando oxigênio e nutrientes para seus órgãos...agora, o que havia sido dela, fazia parte de mim...sorvi seu alimento e aos poucos ela foi perdendo a consciência...

Enquanto retornava à minha casa, lembrei-me de tudo o que ocorrera. Sentia-me estranha como se tomada por algum sentimento de culpa. Mas já era tarde demais para arrependimentos e um predador não pode jamais alimentar qualquer tipo de remorso. É uma questão de sobrevivência. Matar para viver, viver para matar. Assim q deve ser, sempre...