Mundo Blogalizado

Meu msn

quarta-feira, outubro 25, 2006

Fã ou Admirador?

Cara, há exatamente uma semana, realizei dois sonhos. Além de rever um show da Pitty, após jejum de um ano, tive a oportunidade de estar lado a lado dela e registrar esse momento em fotografia. Só isso valeu todo o esforço e a noite mal dormida no aeroporto. Passado todo esse frenesi e depois de contar algumas dezenas de vezes a mesma estória no msn, de como tinha conseguido a foto, lembrei-me de uma aluna que, certa vez, me perguntou como eu poderia gostar da Pitty. Na época, nem me dei ao trabalho de responder. Há pessoas com as quais não vale a pena discutir. Hoje, com meu carinho e admiração pela P. ainda mais consolidados, sei que tenho know-how para responder esta pergunta a quem quer que seja. O curioso é que por muito tempo questionei o fanatismo de certas pessoas por artistas e/ou pessoas célebres. Ainda prefiro dizer que sou mais um admirador da Pitty e do seu trabalho a afirmar que sou seu fã, pois, muitas vezes, a palavra fã pressupõe mesmo fanatismo (se bem que minha ida ao aeroporto na meia-noite de quarta, me denuncia :-P). Contudo, entendo que, na formação do caráter e da personalidade, é indispensável essa busca por ídolos, essa tentativa de seguir os passos de alguém. Tudo o que somos nada mais é que fruto de todas essas experiências vivenciadas desde a infância com colegas de escola, professores, familiares. Por isso, não tenho vergonha ou receio em dizer que Pitty me inspira e muito. É até uma questão de identificação quanto ao estilo, ao modo de pensar e de agir.
Pra começar, essa coisa de ser diferente, de ser você mesmo e não estar nem aí para o que os outros possam falar, é uma máxima na minha vida. A todo instante, vejo pessoas me olhando esquisito por conta do meu cabelo grande, roupas e unhas da mão direita pretas e olha que nem sou tão radical.
Nesse lance de identificação com a Pitty, certamente o que mais me fascina é essa sua capacidade de fazer rock com conteúdo. Rock bom de se ouvir e bom para refletir. Há um bom tempo, eu estava ávido por algo assim. No mais, Pitty consegue ser original na sua maneira de fazer música. Num universo musical tão repleto de coisas parecidas e cópias mal feitas, é gostoso poder ouvir algo diferenciado. Normalmente, a válvula de escape acaba sendo o cenário underground que não segue nenhum molde da moda e se permite experimentar coisas novas. E é exatamente isso que é bacana, a capacidade de inovar.
Outros aspectos, que me chamam atenção na baianinha, dizem respeito à sua naturalidade, espontaneidade e, sobretudo, sinceridade. Não a vejo usando máscaras e nem tentando criar imagens de si. O que vejo é a Pitty como realmente é. Ás vezes, ela é tão sincera e incisiva que até nos assusta. Mas também não é para menos. Vivemos em um país governado por hipócritas inescrupulosos, sanguessugas que não hesitam em nos contar mentiras ou meias-verdades. Estamos tão acostumados a sorrisos dissimulados que uma palavra sincera é, muitas vezes, mal aceita.
Outra coisa interessante de se notar é como a influência da Pitty vai além do cenário musical. Graças a ela, fui “apresentado” a um ótimo escritor – Aldous Huxley, do qual já li dois livros: Admirável Mundo Novo e A Ilha, tendo sido este do que mais gostei.Por tudo isso, não tenho dúvidas em afirmar que P. tem contribuído para minha formação intelectual e crescimento pessoal. Sei que parece exagero, mas não é. Na verdade, depois de reler tudo isso que escrevi e mesmo ainda estando um pouco resistente à idéia de assumir minha condição de fã (lembrem-se: prefiro me ver como admirador), começo a me perguntar se não vale a pena o fanatismo por um ídolo como a Pitty. Um ídolo que te incentiva a ser você mesmo, a deixar de lado o preconceito e a seguir vivendo cada momento. Sinceramente, começo a pensar que sim :-).
By Eden Duarte
em 20/10/06

Alckmin e Opus Dei?

Hoje, quando chegava para aula na faculdade, me entregaram um panfleto. Sabe aqueles panfletos que a gente sempre recebe, mas nunca lê? Pois bem, esse eu li. Li e ri. Vou explicar porquê. O panfleto intitulava-se “Manifesto do PCR ao Povo Brasileiro” e, naturalmente, tratava das eleições para presidente no próximo dia 29. Em um parágrafo, fazia uma crítica ao nosso atual presidente, dizendo que o mesmo se curvou às pressões da grande burguesia nacional, manteve a política econômica dos banqueiros e “frustrou a classe operária brasileira que votou em Lula para promover profundas mudanças e não para realizar mais um governo em favor das classes ricas”. Também havia menção aos escândalos de corrupção envolvendo membros do PT e do governo. Contudo, no parágrafo seguinte, o PCR torna claro o seu apoio ao Lula, por se tratar de um democrata, por ter sido líder operário, por ter defendido os trabalhadores, enfim, por tudo aquilo que já ouvimos tantas vezes a favor dele. Logo que começa a falar do Alckmin, o texto enfatiza a questão das empresas estatais privatizadas durante o seu governo: A CSN, a Telebrás, a CST, a Embratel e outras mais. Até aí tudo bem, pois disso eu já tinha ouvido falar. O que me causou certa surpresa foi a afirmação de que o candidato teria o apoio de George W. Bush (que no texto é apresentado como ditador dos EUA em lugar de presidente). Disso eu não fazia idéia. Bem, seguindo a leitura das linhas seguintes, logo me deparei com algo que me fez realmente rir. O manifesto dizia que Geraldo Alckmin é adorador da Opus Dei, que seria uma organização fascista-religiosa que advoga a existência de uma raça superior. No momento em que li isso, comecei a rir por não dar crédito a tal informação. A primeira coisa que me ocorreu foi a que ponto um partido político pode chegar para desacreditar um candidato da oposição. Quem já leu “O Códico da Vinci” certamente sabe do que trata a Opus Dei: uma prelazia pessoal da Igreja Católica conhecida por encorajar práticas polêmicas de mortificação. Pois bem, logo que cheguei em casa e ainda sem acreditar no que tinha lido, resolvi fazer uma pesquisa sobre esse assunto em um desses conhecidos sites de busca e, pasmem, realmente encontrei textos que tratavam deste suposto envolvimento do candidato tucano com a Opus Dei. Pelo que li, a polêmica veio à tona após reportagem publicada na Revista Época em janeiro deste ano. Evidentemente, Alckmin negou tudo. Agora, cá pra nós. Qual a valia dessa informação? Por que devo acreditar que a relação de G. Alckmin com a Opus Dei (por mais heterodoxa que seja) poderia comprometer sua atuação como presidente da República? Além disso, quem me garante a veracidade da insinuação?
Independente de ser verdade ou mentira, continuo me questionando até onde se pode chegar nessas disputas políticas. Em muitos debates, os candidatos, em vez de se deter às suas propostas, preferem encurralar os seus adversários através de perguntas muito bem arquitetadas e com o único intuito de desacreditá-los perante seus eleitores. Acho isso um absurdo. No lugar de comprometer a credibilidade do outro, todo candidato deveria se preocupar em fortalecer a sua. Infelizmente, nestas eleições, nenhum dos dois “concorrentes” ao pleito passou-me credibilidade suficiente para convencer-me a dar meu voto. Sexta-feira, haverá o último debate e, provavelmente, o brasileiro verá mais uma vez o circo armado. Insinuações de um lado, alfinetadas do outro, palavras difíceis seguidas de estatísticas percentuais sobre a situação atual do país. Resta saber quem será mais convincente desta vez.
By Eden Duarte
Em 25/10/06

Sugestão: Para saber mais sobre Alckmin e a Opus Dei, leia os dois artigos abaixo, apresentados sob óticas diferentes, e tente tirar suas próprias conclusões.

http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=24789

http://www.midiaindependente.org/eo/green/2006/10/361539.shtml

segunda-feira, outubro 23, 2006

Mundo Blogalizado

Faz ainda pouco tempo que o termo Globalização ganhou destaque nos meios de comunicação falada e escrita e que passamos a entender esse processo de integração entre pessoas de todo o mundo. Por mais que tal fenômeno já se tenha iniciado há um bom tempo, acredito que a internet foi uma das forças motrizes que levaram ao seu ressurgimento. Afinal, a rede mundial permitiu o encurtamento das distâncias intercontinentais de modo que, à velocidade de apenas um clique, é possível visitar lugares do outro lado do oceano. Não é mais preciso esperar a chegada de uma carta importante ou se preocupar em fazer aquela ligação telefônica para o exterior. Basta simplesmente enviar um email.
Hoje em dia, a internet se faz tão presente na vida das pessoas que muitas vezes me pergunto se vivemos em um mundo globalizado ou “blogalizado”. São sites de relacionamento, msn’s, flogs e blogs. Diferentes maneiras de se integrar, se mostrar e interagir com pessoas dos quatro cantos do planeta. O curioso é como as pessoas têm prazer em se mostrar, falar de si, discutir seus gostos e opiniões. Parece não haver mais cuidado com a privacidade. Qualquer um que visite seu orkut é muito bem vindo. Isso me faz lembrar daqueles contos de ficção em que as pessoas não têm mais privacidade, estando sob constante vigilância do “olho invisível”. Temo que a humanidade siga para esse destino e o pior, segue voluntariamente. No mais, essa integração virtual ou “blogalização” parece ter aspectos positivos. Às vezes, até levando a casamentos. Só não se pode esquecer que toda moeda tem duas faces...
Naturalmente, essa minha visão crítica do mundo virtual tem sua razão de ser já que eu faço parte desse mundo. Não há um dia sequer em que consiga me manter afastado da tela do pc, mesmo nos dias em que tenho muito que fazer. Vício ou falta do que fazer? Quem sabe, talvez os dois. Como muitos, eu provavelmente responderia que utilizo o pc mais como ferramenta de trabalho e estudo do que como entretenimento. Seria uma boa maneira de justificar as horas desperdiçadas na frente do computador. Contudo, essa é apenas mais uma conseqüência da blogalização: o sedentarismo. Pode até ser que a próxima geração seja de pessoas com o QI acima da média atual, mas é quase certo que também seja de pessoas com peso acima da média.
Vale frisar que é importante estar por dentro dos acontecimentos, acompanhando e participando das novidades. Num mundo globalizado e em constante transformação, não se pode perder o fio da meada, mas também não se deve deixar contaminar pelo progresso, tornando-se refém da tecnologia e das comodidades que ela propicia. Faça como eu: Experimente as novidades, sem deixar de lado o olhar crítico. Mantenha-se informado e consciente de que mesmo as coisas boas, se usadas em excesso, podem lhe trazer algum mal.
By Eden Duarte
Em 23/10/06